"Não façamos sozinhos o que podemos fazer juntos"
No fim de semana de encerramento do Sínodo em Roma, celebramos a jornada tempo de REDES. REDES é a rede de Entidades de desenvolvimento à qual pertence a ONGD del ximende junto com outras 54 Entidades mais, cuja missão é a cooperação ao desenvolvimento de organizações de Igreja; atualmente, esta rede está presidida para Silvia Sanchis, representando a Del ximende, ONGD criada por iniciativa das Irmãs da Consolação. O propósito dessa Jornada foi aprofundar a chamada sinodal que vivemos concretamente em nosso âmbito da justiça global pela mão de excelentes oradores e intervenções que tornaram possível crescer em sentido, pertinência e desejo de continuar crescendo juntas.
No sábado, 26 de outubro, representantes diretivos e órgãos de governo das organizações de REDES nos reunimos no colegio Menesiano de Madri para impulsionar a sinodalidade para a transformação Social. Representando as Irmãs da Consolação participaram Inmaculada Agost e Beatriz De Diego.
Num mundo muito complexo e com enormes desafios sociais (desigualdade, ecologia, violência, acolhimento, polarização.) reafirmamos que o essencial é manter a bússola em Deus e nos pobres, acima dos olhares, reduzidos e a curto prazo, à estrutura das nossas próprias organizações.começamos com um espaço de oração e acolhimento seguido pela intervenção de José Luis Gutiérrez do Grupo de representação de REDES e membro do Karit Solidarios, que fez um percurso histórico da rede enquadrando os diferentes marcos e campanhas que consolidaram um IP que permitiu que chegasse ao Parlamento a ILP de Regularização de pessoas Migrantes.
Em seguida, Carmen Elisa Bandeo, responsável por migrações da UISG, insistia nos modelos de liderança. A sinodalidade nos convida a escutar, e Carmen colocava um acento em quem escutamos. A Vice-Presidente da CONFER, Lourdes Perramón, retomou este tópico a partir da sua experiência com as mulheres em situação de prostituição, que pedem para serem ouvidas sem lhes levar de antemão a receita que elas precisam. Convidou-nos a que cada organização, ao empreender um projeto, se pergunte por princípio se pode impulsioná-lo junto a outras entidades, compartilhando pontos de vista complementares: "não façamos sozinhas o que podemos fazer juntas".
José Luis Segovia, Vigário de Pastoral Social da Diocese de Madrid, na sua intervenção recordou que todas as organizações necessitamos de uma mudança de cultura de liderança, passando da coordenação dos distintos egos, à facilitação rumo a um objetivo que é comum a todas as nossas entidades e carismas. E se não caminharmos juntas, não poderemos expressar ao mundo essas duas realidades fundamentais: Deus e os pobres.por sua vez, Javier Sánchez, diretor de Arcores e coordenador da equipe de incidência Política de REDES, convidava a trabalhar em rede, pois no trabalho em rede recebe mais quem mais contribui; um trabalho pela justiça que concretiza e completa o carisma das congregações.
Nisso insistiu Igor Irigoyen, membro do grupo de representação de REDES, ressaltando como REDES transborda a capacidade particular de qualquer das entidades parceiras. REDES é assim um espaço privilegiado no qual suas organizações parceiras vivem a sinodalidade de modo concreto.
A presidente de REDES, Sivlia Sanchis, convidou a que esta vivência seja valorizada nas congregações vinculadas às entidades parceiras, não fique só nas pessoas que participam diretamente nas atividades de REDES. Ser Rede é colocar chão, é que façam pé tantas realidades e pessoas ameaçadas por tanto, e isso construímos juntos, lutando também juntos que não se siga investindo mais em segurança e Defesa que em acolhida e garantia de direitos. É muito bom sentir-se parte de algo maior.
Com todas estas vozes como inspiração, concluímos a jornada destilando com Javier Palop, facilitador na elaboração do Plano Estratégico de REDES, os passos possíveis que as organizações de REDES podem dar para fortalecer este caminho de sinodalidade para a transformação social.